18 de maio de 2011

Futebol de Botão - Por Raul Pires

Raul Pires, um dos integrantes da equipe do UFB, descreve abaixo uma paixão que começou há 17 anos.


" Futebol de botão, 17 anos de paixão e emoção.
No ano de 1994, este foi o ano onde 3 amigos começaram a jogar botão no chão de taco, embalados pela copa do mundo que se aproximava, sem a menor pretensão da proporção do que isso se tornaria 17 anos depois. No início eram 8 na linha, gol de plástico e goleiro de caixinha de fósforo, depois veio a primeira mesa, com tamanhos reduzidos, emprestada de um vizinho, que esporadicamente jogava, até a primeira conquista da primeira mesa oficial. Os botões foram se tornando jogadores, com características próprias ganharem alma, os Jogadores (técnicos) abandonaram seus nomes para se tornarem nações, e assim entrarem de cabeça no que muitos consideram uma louca viajem, que já perdura 17 anos.
No ínicio os times não passavam de “catados” montados na hora, onde a cor de cada botão era o que menos importava, até chegar na padronização impulsionada pelas figurinhas do álbum do campeonato brasileiro de 1995, que trazia o escudo de cada time. Juntamente com os times surgiram também as seleções, onde cada nação (técnico) escalava seus melhores jogadores (botão) para compor o elenco para a disputa dos torneios realizados.
O que era apenas uma brincadeira tomou corpo, e outros participantes aderiram a idéia ao longo do tempo sempre cada qual assumindo uma nação para si, Rui Dias, como idealizador da brincadeira logo tomou o Brasil para si, Diogo Dias e Raul Pires foram influenciados pelos grandes times que tinham Suécia e Colombia naquele ano e escolheram as nações respectivamente, Gustavo Dias outro protagonista da época escolheu para si a Inglaterra, Paulinho, o vizinho dono da mesa era Argentina, André Risada, Irmão de Paulinho, Portugal. Em 1998 também na empolgação da copa do mundo que aconteceu naquele ano mais 4 participantes entraram no jogo, e também influenciados pelo mundial escolheram suas nações, são eles Rodrigo Garcia, que se tornou o sempre encardido Chile, Daniel Pires, Áustria, Kevin assumiu a Espanha e Fabiano Garcia o México. No entanto apenas Brasil, Suécia, Colombia e Chile estão em atividade atualmente.
Outra particularidade é o mercado de jogadores, onde as trocas aconteciam e acontecem e dão uma maior motivação nas nações, onde tudo é permitido, ao ponto de se trocar 12 botões por 1, afinal, cada botão tem seu próprio nome, e um acordo de cavalheiros proíbe falsificações e clonagens, se uma nação comunicar a criação de um jogador de nome Neymar, por exemplo, nenhuma outra nação poderá ter outro jogador com esse nome, caso queira jogar com o Neymar terá que trocar com a nação a que ele pertence. Outro fato que para muitos é curioso é o de não se precisar respeitar o futebol real, tanto no que tange times, seleções e jogadores, como por exemplo, o maior goleador de todos os tempos (porque os gols de cada partida são computados) chamar-se Sierra, ser brasileiro, ter jogado no Gremio do Brasil e atualmente defender as cores do Barcelona também do Brasil. A Suécia tem como grande astro Roberto Cavalo entre outros. Na Colombia o principal jogador é Riquelmi e no Chile ser Amokachie, Sendo que qualquer um deles podem pular o muro e ir defender um país rival a qualquer momento, basta uma boa oferta.
Com os torneios ocorre algo parecido, a vida real não corresponde a vida do futebol de botão, sendo o principal torneio de times o mundial de clubes, porém a semelhança fica apenas no nome, porque cada país indica seus participantes, e o maior torneio de todos, que ocorre apenas uma vez por ano que é a copa do mundo de seleções, onde cada nação escala seus 20 representantes, torneio que gera muita alegria para o vencedor e muitas tristezas para seus perdedores, sem falar nas polemicas ocorridas durante, afinal este é o torneio em que as nações dão o Maximo de si e qualquer lance duvidoso é um real motivo para discussões épicas.
E nessa tônica se passaram 17 anos de muita diversão e paixão, e ficam aqui meus sinceros votos para que isso nunca se acabe".